quinta-feira, 19 de junho de 2008

Amor Sem Fronteiras

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Cartaz para SL




Onde tudo acontece... ZOOLÓGICO


Onde tudo acontece... CASA DO JUCA


Onde tudo acontece... CIDADE


Onde tudo acontece...FLORESTA


Quem somos nós... PABLO


Quem somos nós... CRISTINA


Quem somos nós... JUCA


segunda-feira, 16 de junho de 2008

Quem somos nós.. ANITA


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Como tudo começou...

A história se passa no coração da Amazônia, no ano de 2020,uma época onde as máquinas tomaram conta de tudo, e os maiores prejudicados foram a fauna e a flora. Tudo começa quando, Juca, um simpático mico-leão-dourado, que morava com a sua família no Rio de Janeiro, na Floresta da Tijuca, é capturado por contrabandistas que os levam em um avião para a fronteira do Brasil. Porém, no meio do caminho ocorreu um imprevisto, o avião caiu e Juca conseguiu escapar mata a dentro. Perdido e sem conhecer a mata Juca ficou triste, foi quando Zé, um simpático e atrapalhado tamanduá foi lhe dar as boas vindas.
- Olá menino, quem é você?
- Oi, meu nome é Juca, minha família foi capturada e eu vim parar aqui depois que o avião que me transportava caiu.
- Meu nome é Zé, eu moro aqui com a minha mãe. Eu nunca vi ninguém aqui parecido com você.
- É, eu sou um mico-leão-dourado, estou ameaçado de extinção e até onde eu saiba não existem outros da minha espécie.
- Verdade, mas seja bem vindo, aqui na floresta nós somos todos amigos, você será muito bem tratado aqui.
E assim foi, com a ajuda de seus amigos, Juca foi muito bem acolhido e aos poucos construiu sua casa no alto de uma árvore e em pouco tempo Juca com seu jeito carismático conquistou toda a floresta e pelos animais era muito querido.
Com o passar do tempo, último mico-leão dourado macho existente no mundo começou a se sentir muito sozinho. Ele percebe que todos os animais na floresta têm o seu par, apenas ele, sequer viu outro macaco da mesma espécie. Apenas sua mãe, que foi capturada quando Juca ainda era muito novo.
- Juca, porque você não procura na Internet? Fiquei sabendo que lá a gente consegue descobrir qualquer coisa.- disse um tamanduá amigo.
- Boa idéia, Zé. Vou fazer isso agora mesmo, e lá eu com certeza vou achar alguém com quem eu possa namorar.
E assim foi Juca todo animado, mas não seria tão fácil assim:
- Zé, aqui diz que só existe uma mico-leão-dourado resgatada a alguns anos em uma floresta.
- Nossa, Juca, como é que você vai encontrá-la?
- Não sei ainda, Zé, mas eu vou ter de dar um jeito.
- Vê se diz aí aonde ela está hoje. – disse o tamanduá.
- Aqui diz que ela está em um famoso zoológico na Colômbia. -disse em tom triste.
- E agora? Você vai desistir? Colômbia é muito longe.
- Não, jamais, eu vou até lá encontra a Anita, esse é o nome dela.
- Você está louco? É muito longe, você está em extinção, será um presente aos caçadores.
- Mesmo assim, eu vou até lá e vou voltar são e salvo, pode apostar meu amigo.
E assim, Juca não desanimou e resolveu que iria encontrar a sua amada. Convocou alguns de seus amigos para comunicar a sua partida a Colômbia. As opiniões foram as mais diversas, Dora, a onça-pintada mais aventureira e romântica já foi logo dizendo:
- Acho que você está certo, Juca.Todo mundo nessa vida precisa de um amor verdadeiro.
- Ah! Muito obrigada pela força Dora, estava precisando de um incentivo mesmo.
Tito, um tatu-canastra mais medroso ressaltou:
- Essa história de amor é muito bonita, mas acho que você deveria pensar bem pois, a vida lá fora é muito perigosa.
- Mas mesmo assim, Tito. Sinto-me muito só, muito triste envelhecer sem ninguém.
- Você pode até se sentir só, mas sabe que está vivo, quando sair daqui só Deus poderá defender você, desses caçadores cruéis.
- Não deixa as palavras do Tito te desanimarem, meu jovem menino, vá procurar a sua última esperança de felicidade – disse Dora.
- Obrigado Tito, sei que você está querendo o meu bem, e obrigado Dora pelo incentivo, mas não posso fugir do meu destino. Amanhã de manhã partirei.
E assim, Juca, não desistiu e nem desanimou, estava decido a encontrar Anita, a última fêmea de sua espécie e provavelmente a sua última chance de ser feliz.
Tudo acertado e combinado, Juca partiu em direção a Colômbia.Não sabia exatamente como chegar lá, mas teria que cruzar a fronteira de qualquer jeito.
A despedida foi muito triste, Juca era muito querido entre os animais.
- Juca, vamos sentir sua falta.- disse Zé.
- Eu também meu querido amigo, você foi o primeiro a me estender a mão quando cheguei aqui perdido e sozinho.
- Ô meu querido, muito obrigada. Mas eu voltarei assim que possível em companhia da minha queria Anita.
- Isso, pensamento positivo de que tudo dará certo. Seus amigos estarão aqui te esperando sempre. Vá com Deus.
Enquanto isso, na Colômbia, Anita era a estrela local, bonita, bem tratada, admirada pela sua exuberância e principalmente por ser a última de sua espécie. Não pensava em sair dali, tinha tudo o que queria, comida, conforto e principalmente segurança. Tinha horror de sair dali, trauma adquirido depois de toda sua família ter sido capturada e morta em uma tentativa de contrabando.
- Nem pensar em sair daqui.Esse mundo é cheio de pessoas cruéis e que não querem saber da gente – dizia Anita a uma amiga da jaula vizinha.
Porém admitia que se sentia muito só, sem um companheiro. Não tinha esperanças de encontrar alguém da mesma espécie.
- Mas Anita, você não tem vontade de sair, conhecer o mundo? – disse a vizinha.
- Sabe que não? Gosto daqui, tudo bem, é verdade eu me sinto muito solitária, sem ninguém da minha espécie.Será que eu sou o fim de toda uma geração de mico-leão-dourado? Será que eu vou morrer sem ninguém ao meu lado?
- Não fica triste, Anita.Porque você não foge e vai em busca desse tão sonhado amor?-disse.
- Eu não saberia nem por onde começar. E além do mais, você não sabe porque sempre foi criada em zoológico, mas eu sofri muito quando aconteceu todo aquele horror comigo.
Naquele momento vieram as lembranças de um dia quando estava passeando pela mata calmamente quando ouviu tiros. Assustada, correu o quanto pôde para se esconder, e de onde estava só conseguiu ouvir os gritos da sua família e pode ver sua mãe e seu pai mortos e seu irmão sendo arrastado. Aquilo foi um trauma e Anita nunca mais pode esquecer aquela cena.
- Amiga, amiga... Você está bem?
- Desculpa, é que me veio em mente aquele dia horrível e eu me perdi no tempo.
- Deve ter sido um trauma e tanto pra você.
- Foi sim, meus pais mortos ali e depois a noticia de que meu irmão também não sobreviveu é muito triste. Demorei muito para me acostumar com humanos de novo, só com a ajuda de Cristina mesmo.
- É, realmente a Cristina é uma benção aqui nesse local.
Cristina, a veterinária do zoológico, percebia a tristeza no olhar de Anita, e de tudo fazia para agradá-la, além de ter criado a macaca desde que chegou no local, tinha um apego especial com ela devido a sua doçura. Tinha pena por saber, ou pelo menos imaginar, que ela nunca seria realmente feliz.
Pablo, o diretor do zoológico, um homem cruel e egoísta, só pensava em dinheiro e na fortuna que Anita o proporcionava. Por ser a única no mundo, o zoológico era diariamente visitado por milhares de pessoas querendo vê-la.Expunha Anita, sem menor remorso, pensando apenas nos lucros.
- Senhor Pablo, não podemos expor tanto os nossos animais, eles precisam de descanso.
- Cristina, você não entende, esse é um dos maiores zoológicos do mundo, temos nele animais raríssimos e a nossa estrela Anita.
- É dela mesmo que eu estou falando, ela anda muito cansada. O zoológico funciona mais de 12 horas seguidas. Esse movimento não faz bem aos animais.
- Mas faz muito bem ao meu bolso, e é isso que importa. – disse Pablo, imaginando a fortuna que ainda acumularia as custas desses pobres animais.
- Com todo respeito, Sr. Pablo, se o zoológico continuar funcionando tantas horas assim, o senhor perderá a sua mina de ouro pois boa parte deles morreram de esgotamento.
- Faça o seu trabalho, que eu faço o meu. Sei o que é melhor para mim e para esses animais, não preciso de sua opinião.
Cristina não se conformava com a atitude daquele homem, porém nada podia fazer para ajudar os seus tão amados amigos, dependia daquele emprego e não queria brigar com seu chefe.
Juca então, entusiasmado com a chance de encontrar Anita e perpetuar a sua espécie, começa a planejar sua fuga para Colômbia.
Antes de pensar em como faria para ir em busca de Anita, Juca foi pensando em o que falaria para ela assim que a visse e resolveu escrever uma poesia, e assim foi pensando.
“Vou fugir, me distrair, um tempo para ficar bem e encontrar Anita. Hoje vou é me aventurar, sem dia para voltar, mil razões a gente tem para não estar contente, se preocupar. Mas eu quero estar bem, sem hora para voltar, com você ao meu lado vou te amar.
Não ter medo de voar, sem passaporte, sou Juca, o macaquinho da sorte.
Ir a qualquer lugar, viajar para Bogotá e o amor de Anita encontrar.
Quero descobrir assim o que será melhor para mim, embarcar, deixar acontecer, não vou sem você ”.
Assim que Juca acabou de escrever a poesia ele pensou.
“ Será que Anita vai gostar?, o importante é que fiz com muito amor e carinho, ai Anita como estou ansioso pelo seu encontro, sonho todas as noites com você, fico imaginando cada pedacinho do seu corpo, seu sorriso, seu jeito de falar, acho que já te amo sem mesmo antes de te conhecer.”
Dias e dias se passaram e Juca foi imaginando várias alternativas para que sua viagem até a Colômbia fosse da maneira mais rápida e fácil possível, afinal a travessia não era nada tranqüila.
Ainda na Amazônia, Juca se despede de seus companheiros de moradia, primeiro encontra Dora.
- Querida Dorita, muito obrigada pelo seu incentivo, torça por mim e reze para que eu encontre o meu amor.- disse Juca
- Juca saiba que sempre estarei com você, mesmo de longe ficarei aqui torcendo pela sua felicidade e por favor, não esqueça da gente, quando tudo se resolver, venha nos visitar e traga Anita para que possamos conhecê-la.
- Claro Dora, esquecer vocês, jamais, vocês são minha família, sentirei muita falta de vocês e pode ter certeza que assim que eu tiver uma oportunidade visitarei vocês e espero eu, com minha Anita ao lado.
Juca se despediu ás lágrimas com Dora e seguiu em frente.
Mais algumas árvores e o macaquinho se depara com Tito, seu antigo amigo e de quem Juca sentiria muitas saudades.
- Tito, sentirei sua falta, mas estou indo atrás da minha felicidade, cuide do nosso mundinho e olhe pela Dora , vocês são muito especiais para mim.
Tito emocionado agradece o carinho.
- Ô meu amigo, pode deixar que eu cuido das coisas aqui, boa sorte e se cuida!
Após a despedida Juca vai em direção ao seu objetivo.
Ele estava tão entusiasmado e esperançoso que não contava com alguns obstáculos para poder atravessar a fronteira.
Enquanto Juca ia saltitante e feliz pulando de galho em galho mata à fora,, ele ouviu um barulho que foi se aproximando até ficar quase que ensurdecedor.
- Meu Deus que raio de barulho é esse?????? Será que o mundo está acabando??
Pensou Juca exageradamente.
Mais alguns segundos e bem a sua frente cai um objeto enorme.Juca se aproximou cuidadosamente e ficou estupefado com a cena que via.
Ele ouvia gritos e pedidos de socorro, e na mesma hora percebeu que se tratava de um acidente sério. Era um helicóptero, e Juca com seu coração enorme, não consegue ignorar o fato e pára para tentar ajudar as vítimas.
Juca ajudou na retirada de algumas pessoas que ficaram presas com o cinto e algumas ferragens do transporte.
Só que ele não contava com um problema. Por ser o único da sua espécie naquela área, Juca quase foi capturado pelos humanos que chegaram para fazer o serviço de busca das vítimas do helicóptero.
Assim que o macaquinho percebeu que eles estavam querendo capturá-lo e levar para um zoológico da região, tratou logo de se despedir dos feridos, já que agora o salvamento já havia chegado.
Juca fez o que pôde e para se salvar, se escondeu entre algumas árvores gigantes, já que ninguém melhor do que ele conhecia cada pedacinho da Amazônia.
A Amazônia está situada em sua porção centro-norte; é cortada pela linha equatorial e, portanto, compreendida em área de baixas latitudes. Ocupa cerca de 2/5 do continente e mais da metade do Brasil. Inclui 9 países Brasil, Bolívia, Colômbia,onde Juca queria chegar, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela).
O clima é do tipo equatorial, quente e úmido, com a temperatura variando pouco durante o ano. É muito comum na região, os períodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor d'água trazido do leste pelos ventos. Por essa razão Juca, passou alguns maus momentos devido ao temporal que caiu na região.
Juca depois de algum tempo, se desviando para não ser percebido, consegue sair da vista dos caçadores.
Quase chegando o término de sua travessia ousada, Juca passa por mais uma provação da fé de encontrar Anita e se depara com um animal com a juba imponente. Pelame curto, de cor prateado a marrom escuro e ventre esbranquiçado.
Era um Leão munido de maxilares pequenos e fortes e de dentes terríveis. Próprias para capturar presas. Suas patas eram providas de almofadas plantares e de garras retrateis devido a um sistema de ligamentos. O rugido do leão era o mais aterrador e o mais grandioso dos sons dos animais selvagens. Juca ficou muito assustado porém não se deu por medroso e encarou a fera. Passou um bom tempo reparando em cada detalhe do animal, percebeu que seu focinho possuía pêlos curtos e brancos no queixo, na extremidade das mandíbulas.
Em torno dos olhos, a cor da íris passava do dourado ao castanho, consoante a sua idade e luminosidade e o peito musculoso, compacto e flexível.
Inacreditavelmente, com todo a sua força de vontade e amor Juca lutou com o leão faminto que havia fugido de um circo que passara por aquela região e que estava à procura de comida, já que naquela área os animais eram escassos, devido ao policiamento e a agitação de carros, caminhões e pessoas que faziam a travessia da fronteira.
Só que o Rei dos animais não contava com a força de vontade de Juca e acabou sendo derrotado pelo macaquinho apaixonado.
O resto da viagem são apenas pedaços esparsos de lembranças que vêm e vão, em sua maioria constituído de sons e de cheiros da natureza: a cantoria dos sabiás, o balanços das matas, o cheirinho de terra molhada, o sentir do vento, o colorido da flora, a variedade da fauna e a vontade imensa e incomensurável de conhecer Anita.
Enfim depois de algumas horas, Juca chega na Colômbia e começa a busca interminável por sua amada.
Chegando na cidade de Bogotá, capital do país, Juca ficou admirado com a quantidade de pessoas circulando, a grande variedade de comércio, as casas, os meios de transporte, o vai e vém de uma cidade populosa e bonita.
A cidade oferece inúmeros, hotéis, restaurantes, parques, museus e pontos turísticos. Juca encontrou uma população amiga, educada e hospitaleira.
Ao longe Juca encontrou uma enorme montanha, era a montanha de Monserrate, símbolo da cidade colombiana. No topo, existia uma igreja, a mais importante da cidade, local de peregrinação e pagamento de promessas. Juca ao obter essa informação não pensou duas vezes e antes mesmo de obter seu pedido já foi pagando a promessa porque ele tinha fé que encontraria Anita.
Existem três maneiras de subir a montanha de Monserrate.
A primeira opção é subir de teleférico.
A segunda opção é o Funicular, tipo de trem especialmente projetado para a subida de montanhas.
E a terceira e ultima opção foi a escolhida por Juca que era a pé.
Então Juca subiu o topo a pé e levou entre quarenta minutos e uma hora. Chegando lá Juca fez sua reza e desceu para continuar sua peregrinação.
Ao descer Juca, foi contemplando a paisagem e passou por uma praça onde haviam casais e crianças brincando entre alguns pássaros. Juca se sentiu bem na cidade e isso deu mais força para que ele fosse atrás do seu objetivo. Depois de umas três horas andando e pulando pela cidade sem sucesso Juca parou para descansar Beber água de uma lago e procurou algumas árvores que tivessem frutas para poder se alimentar, até que encontrou uma bananeira, sua fruta predileta.
Após um descanso de mais ou menos uns quarenta minutos Juca seguiu em frente, porém percebeu como a cidade era grande, e como seria difícil encontra o famoso zoológico ali. Resolveu então pedir informação a um pombo, parado ali na praça, talvez ele pudesse lhe ajudar. O pombo parou e se apresentou.
- Olá me chamo Leleco, cheguei na cidade tem apenas duas semanas vim voando de uma cidade perto daqui, não conheço bem os lugares ainda, mas posso lhe fazer companhia, de repente indo mais alto, avisto o zoológico, onde sua amada está morando.
- Nossa leleco, fico muito agradecido com a sua hostilidade e vou aceitar sim a sua companhia, assim podemos ir conversando e o tempo passa mais rápido.
Disse Juca ao novo amigo que acabara de fazer na Colômbia.
Durante algumas horas, eles caminharam e nada e nenhuma pista de Anita ou de zoológico pela cidade o que deixou os bichinhos indignados.
Depois de muito andar, resolveu descansar no alto de uma daquelas poucas árvores, porém imensas, em uma das praças do centro da cidade.
Foi quando uma beija-flor Susi, que rondava por ali procurando néctar nas flores que não haviam se assustou ao ver aquele estranho animal peludo perdido na cidade, e logo se apiedou e resolveu lhe perguntar qual era o motivo por estar ali acuado com aquela cara de cansado, de como nem sabia onde estava e precisava de ajuda.
Juca lhe explicou tim tim por tim tim a história sofrida dele e por tudo que passou até chegar ali e contou da sua esperança, a macaquinha da sua mesma espécie, e então a Susi se dispôs a ajudar na busca do tão famoso zoológico.
Susi foi de ajuda em tanto, Juca nunca esperou precisar tanto de alguém assim, na floresta se virava sozinho, já ali, sabia que mais um segundo poderia estar morto.
Como era de se esperar, Juca já estava exausto, depois daquela viagem estridente, difícil e assustadora que jamais sairá da sua memória, fora aquele descaso dos animais urbanos.
Mesmo assim não podia desanimar, Juca seria a salvação da sua espécie, o futuro dependia dele, a sua vida estava em risco e mais do que nunca, precisava achar a macaquinha, que sem ela, nada se concretizaria e ela era sua maior esperança. Arrumou forças e combinou que no despertar do sol da manhã seguinte continuaria a procura.
Com a ajuda de Susi, claro, a simpática e prestativo beija-flor, que conhecia quase tudo por ali, já que vivia procurando flores para se alimentar de seu tão sonhado e saboroso néctar, logo chegaram ao tão sonhado lugar, com algumas dificuldades, mas chegaram, já que muitos animais com fama de líder o abordavam, precisava ter visto os urubus, Juca também quase morreu na fiação de um poste.
Chegando ao Zoológico, Susi o beija-flor, não perdeu tempo e fez a festa com a quantidade de flores encontrada nos jardins do zoológico.
- Nossa, que paraíso, a partir de hoje só venho aqui, tenho néctar para o resto da minha vida, posso trazer a família toda e ainda sobra para o papagaio. Grande Juca, bendito é ele que entrou na minha vida justo agora.
Enquanto isso...
Juca estava admirado e assustado ao mesmo tempo, o imenso lugar coberto de verde com sons de animais, muitos deles, familiares o fez se sentir em casa, coisa que não sentia a alguns anos. Tudo enfeitiçava aquele macaquinho que naquele momento, se encontrava, abobado de tanta beleza e tudo que sonhou num lugar só, porém a idéia de bichos enjaulados sem liberdade era cruel pra ele, fora a quantidade de pessoas, crianças correndo e gritando... mas mesmo assim, os animais pareciam felizes e isso que o enfeitiçou mais, pois isso que importava. E tudo também tinha os prós e os contra, precisava pesar todos.
Ao parar de deslumbrar tudo aquilo e cair em si, viu que ainda precisava encontrar a sua parceira.
Foi quando na praça central do zoológico, viu uma multidão de gente concentrada, onde os mais afastados se esforçavam pra ver, o que era, ele não sabia, mas foi conferir de perto.
Passando pela aquela multidão estupefata ao vê-lo, avistou Anita fazendo algumas peripécias para os visitantes que lhe davam algum alimento de gratificação pela sua simpatia e doçura. Juca não conseguia se mover de tamanho era o sua surpresa e do nervosismo que tomava conta do seu corpo, e um silêncio tomou o lugar, porque a reação de Anita fora a mesma.
-Como é linda! Como podia ser mais linda? Eu preciso tê-la pra mim, pra mim. Preciso levá-la embora, ou seria melhor juntar-se a ela e ficar por aqui mesmo? Afinal, as pessoas parecem gostar dela, parece até que gostaram de mim, olha só como me olham. – Se embobalhou Juca.
Anita tinha um pelo sedoso e bem cuidado, muito diferente do dele, que criado na natureza não tinha todo esse luxo. Apesar de viver numa jaula, ela se alimentava do melhor, e nem precisava ir atrás de comida, e sua jaula cabia mais uns vinte de sua espécie. Anita aparentava um sorriso de orelha a orelha ao ver o Juca, no entanto, ele respirou fundo, empinou o seu rabinho e foi caminhando “posudamente” em direção a jaula dela, afinal, ele estava sendo o centro das atenções nessa hora e não podia fazer feio. Devia mostrar charme, educação? O que fosse, só não podia fazer feio. Anita por sua vez achou que estava sonhando, não imaginará que havia mais de sua espécie, ela seria a última e ficou muito feliz ao ver Juca e concluir que estava completamente enganada.
-Como podia aquilo ser real? Outro de mim... Tá todo sujo, mas é bem charmozinho, muito mais rebolativo. Acho que leva jeito. Ele podia ficar, assim terei companhia, tudo bem que já tem essa gente toda que me adora, e que adoro ser o centro das atenções, mas ele é da minha espécie, e acho que posso dividir toda essa gente e mimos que ganho com ele, afinal, ele aparenta estar precisando de cuidados. (rindo) - Pensou Anita.
Ao ter essa idéia seu coração acelerou e foi amor à primeira vista.
Com logo, Juca havia sido notado pelo zoológico inteiro, alguns curiosos, outros com medo, mas todos sabiam que não “podia” haver mais daquela espécie, era por isso que Anita era tão cogitada. Cristina assustada e surpresa o pegou. Com pena, tomou todos os cuidados devidos relacionado a saúde e identificação da espécies e todos aqueles procedimentos mais que ninguém entende, e o levou para o interior da jaula de Anita, onde lá começaram a fazer perguntas um ao outro, curiosidade e dúvidas eram o que não faltava . Fora isso, seus corações pareciam estar ligados de completa sintonia que batiam rapidamente. Nunca imaginaram aquele momento e a partir dali, suas vidas seriam outras. Cristina se comoveu com tamanha empatia dos dois.
Naquele momento, começou o impasse, devolvê-los a mãe natureza, ou deixá-los ali sobre domínio do ser humano, principalmente do orgulho, pedante dono do zoológico Pablo, onde “Ambição” é o seu segundo nome.
Cristina, que sempre pensava no bem dos animais, não foi diferente com o jovem casal de mico, defendia que deveriam devolvê-los sim, mas que antes devia salvar a espécie:
- Eu não poderia deixar esse inédito acontecimento passar assim, tenho que salvar essa espécie e decidir depois o que é melhor para eles, eu, como representante do IBAMA tenho que usar minha voz e poder, e fazer o de melhor para as espécies e para o mundo. Posso acabar sendo demitida, mas eu vou enfrentar o Pablo e essa ganância toda .
Por sua vez, Pablo em nome do zoológico mais visitado do país tem também sua voz de poder, que já pensava no aumento dos seus lucros, dizia lutar até o fim pela permanência dos macacos no seu zoológico, afinal, se a Anita fosse devolvida, quem seria a maior atração do zoológico?
- Ora já se viu, nunca tive uma oportunidade dessas e já querem cortar o meu barato? Na-na-ni-nã-não. Eu não vou deixar, vou fazer de tudo para ficar com esses macacos. Já estou até vendo, o meu zoológico com os únicos micos leões dourados do mundo? Não vai ter pra ninguém, só pra euzinho aqui! (risos) –
Essa batalha não vai ser fácil.
Alheios ao rumo que seus destinos iriam tomar, Juca e Anita apenas queriam ficar juntos, antes desiludidos imaginando ser o fim de sua espécie, hoje com a colaboração dos humanos, já fazem planos para tirar a espécie da extinção.
Apaixonados que só, já faziam planos para a quantidade de filhotes que queriam ter e as centenas de descendentes que queriam originar.
Anita temia a decisão imposta por Pablo, embora, ela não esteja muito preocupada com seu destino, sabia que do Pablo viria boas intenções, somente Cristina para decidir o que é bom pra ela, sempre foi assim, desde a comida até a duração das visitas constantes para ver suas acrobacias.
Juca por sua vez, já se sentia satisfeito, sentiu segurança com na Cristina, e que a melhor decisão prevaleceria, até porque, alguns dias ali não faria mal a ninguém e precisava repor suas pilhas para desfrutar daquele amor todo.
Uma coisa todos sabiam, com a espécie pra salvar e esse assunto para decidir, isso iria demorar.